Tu és tão juvenil
Mas já tens tanto martírio.
Corre-te o risco de nunca te ver a maturidade.
Nasces-te em solo se injustiça
Neste solo de terra sequestrada.
Terra arrancada de teus nativos.
Solo de pretos e pretas sequestrados.
Forçado ao trabalho e depois abandonados.
Tu és tão juvenil
Frágil que ainda não tocas a justiça
Pois, é o poder que te alimenta.
De veneno que mata teus filhos.
Encontra-te nas mãos de senhorios.
Que com o néctar de sangue do povo
Se deliciam em tuas fortunas longínquas.
Estes pulsos abertos alimentam tamanha ganância.
Tu que é tão jovem e quase terminal.
Pior são aqueles que se fazem de cegos.
E te abandonam a desgraça que não os alcança
Estes servem-te dê bandeja as sombras dominantes.
Tu que já foste tanto abortada.
Ainda não vislumbraram teu rosto.
Os famintos e famintas, os explorados e exploradas,
os pretos e pretas, os nativos e nativas.
Que são marcados de marginais!
Por aqueles que se alimentam do manjar de teus sangue.
Tu irmã, Justiça, ainda não se faz presente.
Abandonou-te desta terra de sedentos pelo suor de teus filhos.
Tu que és tão frágil.
Neste tempo de ódio e cegueira, te peço.
Que te apegue àqueles que por tu lutas!
Agarra-te e amadureça nestas terras injustas.
Democracia, que possa florescer e amadurecer.
Que possas servir de justiça aqueles que tanto foi tirado!
Que poças igualar aqueles que tanto lutam!
Que tanto suor e sangue um dia, por ti, encontrem a liberdade.
Manzi, J.G..