sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

O trilho frágil (Parte 3)

A dor se vai e apenas adormeço por alguns dias em um lugar que me parece calmo e seguro, alguns dias vão se passar e tomara que ainda esteja la, receberá então o que ainda restar de mim. Irei de novo me sentar aqui e refletir encerrando assim mais um ciclo
E talvez, por conseguinte tivemos imprevistos demais, muito ódio, diversos vícios misturados em um, sentimentos fortes e destrutivos que me levaram para tao longe, que quase me causam um ódio tremendo e também em ti, que me matou um pouco.
Mas nessa morte pude também renascer, e hoje sei que o que sinto não mais é ódio ou saudade se quer, não mais é algo mundano e espero que sinta de longe a sinceridade com a qual escrevo, você foi pra mim um curto período difícil e cheio de descobertas, espero que tenha sido pra você tao bom quanto foi pra mim.
Não sou mais já sua crise sua doença seu ódio, hoje sou apenas eu que descobriu mais um pedaço de mim, ledo engano em achar que você tenha esparramado mais de mim pelo mundo, hoje sei que ao contrario você fez com que eu achasse mais um pedaço de mim perdido pelo mundo.
E hoje me liberto e o liberto para amar e ser amado como merecemos ser, e hoje sei que não somos dependentes e nem ao menos parecidos, somos nós, individuais em si, somos o que aprendemos e somos o que vamos conquistar ainda, nem tao perto como imaginamos e nem tao longe como desejamos.
Hoje sei e nos liberto, e liberto todos a nossa volta, todos os que um dia tentaram nos segurar, e hoje sei que jamais o verei ou se quer esperarei ver, pois hoje de fato a liberdade, nos liberta de todos os pesares ainda existentes, e apesar de o julgar prejudicial a mim me sinto agora tirando um grande pedaço do meu coração, mas hoje o liberto e nos liberto com alegria, e sei que seu coração também me deseja somente o bem.
Então agora digo-lhe Adeus e os pesares se vão, não somos mais a magoa, agora somos nós, agora seja você, esqueça a dor e seja a bondade que um dia vi em você, e que não das eternas mais das grandes paixões estará sempre guardado.
E porque dói mais saber que vão te tirar de mim do que te-lo por perto ?! porque simplesmente não quero que passe? Porque estou sempre buscando sentir ?sofrer?

Ana Motta


O trilho frágil (Parte 2)

E agora como sempre volto para casa, volto para aqueles que dizem me acolher mas que simplesmente me suportam um pouco mais, volto para quem ira sofrer e se martirizar por mim, pois assim sei que terei um período de descanso no qual não terei grandes batalhas para enfrentar, volto cada vez mais consciente da dor que provoquei e provocarei, e tudo isso esta me matando aos poucos.
E de repente me vejo em um dos cantos da ponte sozinha, e ele não estará para me salvar, nem ao menos saberá que estive la. E então vejo alguém me dizendo que estou sozinha que sempre estarei sozinha, tentando juntar meus pedaços que foram espalhados por mim e por todos. Mas jurei jamais desistir de mim.
Volto pra casa novamente esperando que conserte o que destruo cada vez mais em mim, e por favor dessa vez não me deixa voltar?! Por mais que queira e tente, sabemos que vou caminhar para destruição, sabemos que não posso suportar outra ida.

Ana Motta

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O trilho frágil (Parte 1)

Aqui estamos nós, novamente, apenas tentando me recordar, quem sou. Os dias passam mais rápido do que nunca e já é comum minha constante perda do meu eu, sempre entre submergir na raiva ou na tristeza, sempre tentando buscar o que de fato é meu, do que de fato desejo, tentando a qualquer custo achar consistência em algo. Tentando apenas me achar em algum lugar.
E esta noite me vejo em um dos cantos da ponte, com alguém me dizendo que estou sozinha aqui, com alguém me dizendo pra voltar pra casa. 
E talvez esta seja a ultima noite, ou amanha acordarei de um simples sonho acreditando ser só saudade, de algo ou alguém que jamais vi. Há tempos tem sido muito difícil de entender, mas jurei lutar por mim, jurei nunca desistir e sucumbir em mim mesma, jurei que se precisasse seria outra pessoa. Em minha caminhada, o que mais me parece, um frágil trilho construído em um alicerce de duvidas, há alguma consistência quando me esforço para buscar.
Um velho índio um dia me disse que deveria ter calma, e que jovem tenho uma alma cansada, as vezes me pergunto quais são os verdadeiros pesos sobre mim, e o que eu realmente deveria fazer.
Porque vivo em um mundo ao qual não pertenço, por que sinto tanta falta do que não esta aqui, porque fujo de todos sempre ?! seria meu preço a pagar?!

Ana Motta



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