quarta-feira, 27 de setembro de 2017

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Para uma classe

Aos livros dei dedicação
Mas a ação foi minha chegada 
A chegada é a transformação 
Para uma classe tão exploradora

Pois trabalho é essência
Onde o homem se afirma
Mas disso não tem ciência
Pois o emprego o confina

Lamentável, individual 
Pois junto tem grande poder
Com luta e ideal 
Vi a força florescer

Pensar não é o bastante
Ação é o que nos impulsa.
Às rédeas é obstante 
corrente, a expulsa.

Manzi, J.G

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

A Poesia

Descrever-te, como se possível fosse, 
Para que fosse possível te descrever. 
Decifrar-te, como se lhe invadisse a intimidade, 
E deflorada preserva-se ainda com pudor tua alma cifrada. 
Declamar-te, com drama e sem trama para lhe expor. 
E dramática te calas para não revelar a trama de teu existir. 
Escrever-te para que fosse possível 
Invadir sua intimidade 
E decifrar seu pudor sem lhe expor. 
E deflorada trama o drama de existir. 


Dy’Paula 
01/11/2016 

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Deixe o amor, amar

É deveras desastroso
O pensamento de homens ignorantes
Que teimam em achar honroso
Tornar o amor coisa de meliantes

Qual ideia habíta uma mente
Que de forma tão impensante
Julga o amor tão debilmente
E toma posições tão farsantes!

A farsa que oculta o sentimento de revolta,
Revolta pela felicidade que outrem desfruta,
Por isso tendem a escolta
Justificando, inclusive, a força bruta.

A lamentável irracionalidade
Tratando o amor com brutalidade
Embutindo-o de um gosto amargo
Deixando em estágio de letargo.

A inveja de as ver com alegria
Em prontidão contra a sociedade
Enfrentando toda hipocrisia
De quem veste a farsa da idoneidade.

O amor de quem se dispõe é mais intenso
O valor do amado é mais respeitado
Quem à luta está mais propenso.
Tende a ter o amor desfrutado.
  
Deixe-a a amar
Deixe-o o amar
Seja ela e ela o par
Seja ele e ele a conjugar
Sejam eles e elas a se deleitar
É direito desejar e ser desejado
Por quem anseio ser amado.

Manzi, J.G.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

O jardim do amor

Que bom que vieste!
Esta vida já não tinha graça sem ti.
Vieste na precisa hora em que 
Carecíamos de teu amor.

Verás o quão preciosa será 
Tua existência.
Faremos de nós a família
Que quiseste viver.

E porque vieste,
Trouxeste paz e união.
Calou em nós a angústia
E a dúvida do querer-te.

Que bom que vieste!
Já não suportávamos mais esta vida sem ti.
E porque vieste, conhecemos em ti a magnitude
E a flexibilidade de nosso amor.


Dy’Paula
21/05/2017

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Minha naçāo

Vejo escorrer pelo esgoto
O último bastião da moralidade de meu povo.
Vejo nos semblantes descrença e desilusão,
Sintomas do desespero que acomete toda nação.
O que não vejo é uma reação
Proporcional à odiosa ação.
O que não vejo é um imaculado
Capaz de erguer a bandeira da dignidade.
Quanto mais me interesso pelos fatos
O que vejo é a identificação.
Quanto mais enojado fico
Mais percebo a minha participação.
Nós somos o que fazemos,
Somos o que queremos,
Somos o que projetamos,
E por assim sermos, assim estamos.
E o esgoto, pútrido e fétido,
Enche-se de nós,
Que escorremos entre seus tubos,
Contaminando nossa existência, a caminho do fim.

Dy’Paula
06/05/2017

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Árvore Alienada

Vê-se hoje a lástima derrota
Filhos de uma geração sem forma
Descendência do silêncio que aflora
Aflora se espalha e no escuro jorra.


Arvore que cresce sem sementes
Com frutos sem sabor
E devastas flores sem cor
Somos hoje de modo plenos dementes.


Sem horizonte sem sol sem ponte
Que nos leve para algo que nos conforte
Que os gritos sejam ouvidos em tom forte
Gritos unificados que nasce de diferentes fontes.


Frutos de árvores mortas sem sabor
Que nasce cresce e passa com pudor
Mais uma gota de vida que falece
E dá lugar a outra vida morta que floresce.


Galhos com ângulos retos
Teimando seguir caminhos incertos
Embirrando a sentir um novo ar
Com aromas que servem para encorajar
Cheiro que às vezes te ergue mais forte, belos e plenos.     
                                     

Manzi, J.G.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

República do Brasil

Ai de ti república!
Nasceste para ser abusada, usada, violada
e usurpada indiscriminadamente.
Tornaste prostituta, sem luxo,
Não por obra do acaso,
Mas por tua vocação de ser estuprada,
E ter que aguentar calada esta promíscua orgia pública
Sem ter nem a quem recorrer.

Ai de ti república!
De tanto dar, e todos os tipos de violência aguentar,
Já não sabe nem distinguir o agressor.
Te sentes culpada por ter parido os filhos
Que incestuosamente violam-te,

E por serem teus próprios filhos,
E por serem tantos e de todos os credos, classes, raças, posições e rincões,
Aceita o teu destino e deita-te em berço esplêndido.

Ai de ti república!
Surgiste da exploração
E para isso te pôs a prestar.
Terra fértil onde, apesar de inútil, tudo dá.
Dá tanto e tão sem escrúpulos
Que já não se sabe onde isso vai parar.
Se é que vai parar.
Antes fosse reprivada, privada deste mundo imundo.
Pois como pública república,
Sem querer ofender a honra das putas de profissão,
Tornaste vadia a serviço do patrão.

Dy’Paula

10/06/2017

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Sorriso

Oh sorriso!
Que demora em chegar
Por tal esplendor não aguento esperar

Humildemente és fascinante 
Como uma visão deslumbrante
Que me deixa insano
Puramente humano.

Traz-me alegria e paz 
Que deleitoso prazer me traz
Como a fruta doce com um gosto afável
Gosto que pela minha alma é tão apreciável. 

Oh alma! Tenha piedade e confia
Aguarde o milagroso dia
Confia no destino, seja padecente 
Para que eu posso me deleitar, seja paciente. 

Oh dor! Escuta a minha súplica
Sei que se delícia com tal música
Melodia que me corrói e me traz enfermidade 
Mas me dê este sorriso e me traga felicidade. 

Manzi,J.G.

Encontre no Sarau Aberto