quarta-feira, 6 de setembro de 2017

República do Brasil

Ai de ti república!
Nasceste para ser abusada, usada, violada
e usurpada indiscriminadamente.
Tornaste prostituta, sem luxo,
Não por obra do acaso,
Mas por tua vocação de ser estuprada,
E ter que aguentar calada esta promíscua orgia pública
Sem ter nem a quem recorrer.

Ai de ti república!
De tanto dar, e todos os tipos de violência aguentar,
Já não sabe nem distinguir o agressor.
Te sentes culpada por ter parido os filhos
Que incestuosamente violam-te,

E por serem teus próprios filhos,
E por serem tantos e de todos os credos, classes, raças, posições e rincões,
Aceita o teu destino e deita-te em berço esplêndido.

Ai de ti república!
Surgiste da exploração
E para isso te pôs a prestar.
Terra fértil onde, apesar de inútil, tudo dá.
Dá tanto e tão sem escrúpulos
Que já não se sabe onde isso vai parar.
Se é que vai parar.
Antes fosse reprivada, privada deste mundo imundo.
Pois como pública república,
Sem querer ofender a honra das putas de profissão,
Tornaste vadia a serviço do patrão.

Dy’Paula

10/06/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Encontre no Sarau Aberto