terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Saudade de si mesmo

Abandone teus sonhos 
Abra mão de tua legitima felicidade
Jogas teus planos fora
E coloques tua vida à própria sorte.

Esqueces de ti mesmo
Percas-te de tuas alegrias
Ao fazer isso, em breve te contaminarás.
Contaminar-se-ás de saudade.

Saudade de ti mesmo.
Se não preenches teu coração
com teu próprio amor
em breve ele se preencherá de vazio e então adoece.

Prometerás teu amor à outrem,
Mas como se teu coração está vazio de teu próprio amor?
A falsa esperança de abdicar de ti mesmo
e assim conquistar o amor de alguém.

Ama-te
Encontra-te
A maior prova de amor é o teu próprio  
Assim atrairá o amor legítimo 
Antes de tudo, mate a saudade,
de si mesmo.

Manzi, J.G.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Indignação

Como pode querer que me cale
Diante de tanta exploração?
Como posso calar minha voz
E ocultar minha indignação?

Já aceitei muito calado
E calado sofri demais.
Fui massacrado por esse sistema
Que nos vê como animais.

Agora eu quero a batalha
E dela não mais vou fugir.
Agora quero ter meus direitos
Não posso mais me omitir.

Vou me juntar aos meus companheiros
Que como eu, tem seus ideais.
Vou à busca dessa vitória
Pois sei que também sou capaz.

Chega desta hipocrisia,
Chega desta indignação.
Não serei mais personagem
De tanta submissão.

Dy´Paula

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Cegueira

Como se já soubesse o meu paradeiro
Fui tomando minhas conclusões,
Se precipitadas ou não
Fica a cargo de uns e outros.
Por muito me mantive cego,
E por vontade a cegueira
Não me permitiu enxergar o óbvio
E caminhei até o limite de minha confusão.
Agora, confuso, me confundo.
Com uns e outros,
E sinto como se fosse o outro,
A dor da solidão.
Não atirarei a primeira pedra,
Talvez não atire pedra alguma,
Mas se houvesse uma pedra
Que me afundasse no poço sem fim,
Talvez aceitasse e me atiraria
Ao fim de mim mesmo,
Para que a vida não cometa novamente a besteira de me cegar
Frente ao iminente risco
De me sentir só,
Como outro que nunca eu.

Dy´Paula

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Possessão

Se fosse para fingir
Com que direito me darei?
A vontade de fugir
Se um dia me enganei
E fui triste ao permitir
Que pelo amor pensei

Em ser forte e fluir
Intenso como um rei
E bravamente mentir
Á carcaça que me tornei
E tentar não ferir
O que de longe fitei
E fui fraco ao sentir
E obsoleto busquei
A bela possuir

O preço paguei,
A vida vi sair
O belo estraguei
Gélida a vi cair
O que era farto esvaziei
O doce vi ruir
Com amor rasguei
O que mais admirei

E de doce azedou
E com a morte me notou. 

Manzi, J.G.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Cadência

Este meu peito vazio que vive em depressão!
Este meu peito vazio que vive em pressão!
Este meu peito vazio que vive!
Este meu peito vazio!
Este meu peito!
Este eu!

Esta depressão que vive em meu peito vazio!
Esta depressão que vive em meu peito!
Esta depressão que vive em meu eu!
Esta depressão que vive!
Esta depressão!

Esta pressão em meu peito que vive vazio!
Esta pressão em meu peito que vive!
Esta pressão em meu peito!
Esta pressão em meu eu!
Esta pressão!

Esta depressão
Este meu peito!
Este vazio!
Este meu eu!
Que vive!
E vive em pressão,
Depressão,
Vazio,

E vive.

Dy´Paula

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