Caminho dia a dia, sem rumo
Assim sigo só, me aprumo
Tem dó de mim?
Homem que sou, espreitando o fim
Andando descalço, sem calço
Minha estrada é livre, sem laço
Por que parti? Nem lembro
Só lembro que dói, então tremo.
Caminho, sem rumo.
A fome acompanha, mas me arrumo.
O frio estrala, mas dou jeito
Beijo as estrelas à noite e deito.
Durmo na toca, na ponte
Parti? Nem lembro de onde.
Dei adeus ao meu tormento
Sigo então assim, sem firmamento.
Minha chegada é a estrada
O próximo trevo, é minha morada
Meu fim é só caminhar.
Manzi, J.G.
Imagem CC0 1.0 Universal. Dedicado ao Domínio Público.