sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Sina

É um choro abafado, quase mudo.
Um olhar perdido, quase cego.
Um corpo cansado, quase imóvel.
Um coração fechado, quase pedra.

Uma mente vazia, quase nada,
Uma alma sem fé, quase pena,
Um sentimento frio, quase raiva,
Uma vida sem vida, quase morte.

Uma pessoa sem nome, quase um bicho,
Que come de tudo, quase lixo,
Que mora em favelas, quase um lar,
Que vivem em bandos, quase famílias.

Que trabalham no crime, quase organizados,
Que aprendem com a vida, quase escola,
Que vivem da miséria, quase profissão,
Que vestem trapos, quase roupas.

Que usam drogas, quase leite,
Que não tem acesso, quase um beco,
Que nascem pobres, quase castigo,
E que não tem esperança, quase sina.


Dy´Paula




   Imagem CC0 1.0 Universal. Dedicado ao Domínio Público. 


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