E pela ganância do homem europeu
Foi-te arrancada do berço teu
Manchaste o azul do atlântico com teu sangue e carne
E nesta terra de abundância e atrocidade atracaste
Para servir aos homens brancos
Os nativos desta terra há tempos derramaram prantos
Por séculos o chicote estrala
Do pelourinho ao estupro na senzala
Dando a vida, o trabalho, o espírito
Com normas, leis, brancos prescritos
Construístes essa terra pela sua agonia
Mas com bravura também resistia
Mortos enterrados onde nem deus sabe
Pois há muito desejou que a tortura acabe
Mesmo com a áurea firmada
Que mais por interesses elitistas libertara
Ainda pagam o preço no tempo presente
Com a hipocrisia do homem que a injustiça consente
Quanta glória há no que herdamos de tua terra
Desde seu candomblé até a arte da capoeira
É de ser ter orgulho em ter teu sangue em minhas veias
Mas não reparará o sangue derramado pelo tempo e suas areias
Ainda tens que aguentar as injúrias de um povo branco
Povo branco e mesquinho enraizados em tradições que também
herdamos
Ainda sofre, pois é a tua cor que tem as prisões
E os mesquinhos brancos ainda vendem suas ilusões
Ainda é da cor preta os corpos dos jovens assassinados
E o embranquecimento levam os homens alienados
Também a falta desta cor preta nas salas acadêmicas
A entrada nas salas elitizadas tem tom de injustiça endêmicas
Ser preto é lutar todos os dias
Para desafiar a falácia de democracia
É resistir todos os dias com orgulho da cor
preta
Manzi, J.G.
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