E na
dança de um baile no Cassino
Pôde
cruzar seus olhos com o divino
O anjo de
cor dourada de castelã
Olhos
negros, cabelos lindos e corpo louça
E em mais
uma noite foi agraciado
O
anjo deu graças em mais um baile estimado
Com
suas vestes de rendas
Vieste
de onde e de quem descendas
Pois
tal esplendor a este mundo é revogado
Doce
anjo, traz um sonho a tanto negado
Teus
olhos atenuam a alma
A
leve brisa que acaricia as faces e traz calma
A
chuva que há muitos dias regam as flores
Enclausuram
os tempos indolores
Então
no tédio o anjo dourado vem em sonho
A
alegria toma mais uma vez o coração tristonho
Então
diante da chuva que não sessa
Uma
afetuosa lembrança o peito atravessa
Delicado
fruto que toma o peito diante do rio
Minutar
a confissão é caçar o calor para sobrepujar o frio
Eis
então que o soneto traz à lembrança
Da
forma à amada e acarreta esperança
E
da formosura das letras nasce os cisnes
Que
dão cor aos dias a tantos tisnes
O
poeta tem seu peito renovado com alegria
Um
novo baile glorifica o dia
Pois
o poeta irá celebrar seu anjo de olhos escuros
Pronto
para fincar seu pé em porto seguro
Dança,
conversa e ama, mas o julgamento limita o poeta
As
palavras não dignificam a luz do corpo que dá forma a silhueta
A
formosura da amada tem tamanha gloria
Que
o amante não se vê além da escória
O
doce anjo para o poeta era imortal
Que
melhor forma o amor se torna atemporal?
Que
não pelas palavras grafada e imortalizada
Pois
para sempre por elas Laura será lembrada
Manzi, J.G.
Lindo!
ResponderExcluir