Esta noite comi Rubem Alves.
Com tanta fome e voracidade
Que quase nada sobrou.
Que quase nada sobrou.
Comi na sala, no quarto,
O devorei até na hora de jantar.
Que gostoso é Rubem Alves,
Que bom foi comê-lo,
Depois de encher-me dele,
Senti-me vazio, quase nulo,
Com a certeza que nada sei,
Mas que tudo posso através de meus sonhos.
Ao comer Rubem o escutava gritar.
Gritava um grito desesperado
Alertando-me para o quão dolorido é a ignorância.
Deu-me vontade de, como ele,
Sair no sentido oposto aos fugitivos
Que em seu próprio mundo fogem de si.
Ao folhear sua alma descobri que
A poesia não se interpreta,
Reescreve-se, revive-se o momento.
Já guardado em ti.
Descobri ainda, que a poesia tem movimento.
E que assim como a canção,
Foi feita para relembrar-nos daquilo que já nos esquecemos.
Comi sim e deliciei-me,
Pois Rubem não se lê,
Se Come e se goza
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