De cantar desafinado aquela mesma música de toda vez.
Saudade
Do gosto doce, lambuzado,
como todas e tantas vezes a gente fez.
Saudade
Do vidro embaçado, amor desesperado, perigo declarado, da nossa insensatez.
Saudade
Menino acanhado, do teu jeito assanhado
De brincar todo o tempo, com sua timidez.
Saudade
Das nossas histórias, dos planos, memórias.
Das pernas em laço, da nudez sem embaraço
Do sono tranquilo, respirando em compasso.
Saudade
De fechar os olhos, grudar nossas bocas, esquecer a hora, viajar no tempo, viver feliz, o agora.
Saudade
De mal fechar a porta, deixar no chão a roupa toda, e num só momento, toda a saudade morta.
Saudade...
Anônimo
Conscientemente Inconsciente
ResponderExcluirNão são as palavras que contam uma história.
Sim a ausência delas.
O sentir, diário e mudo.
Não se vê, não se ouve, não se fala.
Ou melhor,
Se vê, ao fechar os olhos, ou ao abri-los diante do espelho.
Se ouve, em cada melodia, letra, frase ou poesia que fale de amor.
Fala-se, timidamente, aqui e ali, a lamentar-se com os companheiros.
Ah, que história!
Os dedos tremem buscando palavras pra contar. Mas não dão conta, afinal, não são as palavras que contam uma história. Sim a ausência delas!
A norma, a moral, o "ideal"
O medo, as grades, as alianças
Sufocam as palavras, os corpos...
Mas não sabem que não são as palavras que contam uma história, sim a ausência delas?
Quanto mais silencio, mais pensamento, mais sonhos, mais sentimento.
Mais história!
Um universo lúdico, sensorial.
Sentido único: dentro.
Templo dos sonhos e das lembranças,
Território das saudades, vozes, cheiros e sons...
Onde a liberdade da mente sobrepõe aos corpos, onde flashes não alcançam nossa verdadeira face.
Ao fechar dos olhos, ao adormecer, ao acordar, ao sonhar querendo.
Onde sempre nos teremos e amantes seremos.