quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A (des) construção

Pelas mãos dos mestres, um muro erguido.
Em uma tarde ou manhã no tempo corrido.
Brota do chão um muro no que antes era nada,
Nova construção nascida de tijolo, cimento e argamassa .

Um pouco mais adiante, 
Hoje entulho, o que era casa antes. 
Vazio agora há, no que não mais é morada,
Caiu e ergueu, uma nova obra revigorada.

Despenca um alicerce, 
Outra obra assim terce,
Esmorona uma metade 
De marteladas e cerradas outra nasce.

Reaprendendo, o que outrora fora entendido.
Desejaria eu, derrubar em um só dia algo já construído, 
Valores brutos, arcaicos e mesquinhos 
E então, um novo dia, um novo de mim, em outros caminhos.

Desconstruir-me, necessário trabalho insano,
Para homem deixar de ser, para assim ser humano.
Alicerces em mim, enrijecidos, 
Nefastos anos de ensinamentos emburrecidos. 

Pois hoje, conheço outros ideais, 
Indivisíveis, inalienáveis e universais. 
Sementes de uma nova aurora 
Necessito então, desconstruir valores de outrora.

Sofro nessa árdua empreitada, 
Pela tardia ideia em mim suscitada,
Por ter me deixado ser enganado, 
Mas antes me desconstruindo, que na ignorância fadado

Manzi, J. G.

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