A dor é presente.
Mas sua presença é finita.
Sua finitude depende de quem a sente.
Sofrimento existe, mas não é eterno.
Há a imposição da felicidade.
A felicidade se tornou uma tortura.
Há a obrigação de ser feliz.
Imposta nas fotos, nas fugas e nas aparências.
A que ponto chegou a ditadura da felicidade?
Ao ponto de ser proibido sentir dor ou sofrimento?
Porém ambos existem, querendo ou não.
Mas se tornou regra sua ocultação.
A felicidade farsante é a nova imposição.
Assim como a negligência ao sofrimento e a dor.
Nascendo o obstáculo de curar as feridas.
É mais justo ter suas feridas abertas?
A dor e o sofrimento existem.
Em tempos de fotos e registros onde todos são felizes.
Sofrer se tornou a maior das fraquezas.
Não seria mais justo o tornar cicatrizes?
A dor e o sofrimento são finitos,
Mas encobri-los em prazeres momentâneos,
Levarão a finitude de sua vida.
A dor o consumirá até seus últimos caminhos.
Julgar e punir quem sofre se tornou regra.
Uma imbecilidade disfarçada de hipocrisia e ignorância.
Pois se é humano, então sofrerá, algum dia sofrerá.
O grande dilema é o que fazer com a dor.
Esconde-la em vicios, prazeres e hipocrisia.
Tornaram-se o caminho comum.
Assim a finitude da dor e sofrimento se esvai.
Dando lugar a uma eterna ferida.
Vergonha não é sofrer ou sentir dor.
Mas sim deixar que suas feridas não se curem.
Não deixar com que elas se tornem cicatrizes
Vergonha é optar pela felicidade farsante.
Manzi, J.G.
Parabens
ResponderExcluirObrigado
ExcluirMuito forte... Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigado
ExcluirDitadura da felicidade.
ResponderExcluirA dor, que torce as entranhas, no final, "deve" ser omitida, silenciada, mas nunca curada.