essa é pra todas as poesias
que eu não consegui terminar
porque carregavam meu nome,
meus olhos,
minhas linhas.
pra todas aquelas
que são meu auto retrato.
eu na forma de oceano,
eu como o fogo,
eu infinitas vezes despida,
molhada,
gelada,
fervendo.
pra todas as vezes que eu me pintei
pra mim e depois me desbotei.
pra todas as vezes que eu subjuguei
meu próprio sorriso,
o meu próprio amor,
as minhas próprias curvas,
pra todas as minhas esquinas que eu ignorei.
essa é pras minhas tintas,
pras minhas canetas,
pros meus papéis,
meus pincéis,
pra todas as artes que me descrevem,
todas as que eu fiz enquanto minha musa era meu reflexo no espelho.
pra todas as músicas que eu cantei pra mim mesma,
todas as lágrimas que eu enxuguei,
todos os choros que eu engoli,
pra todos os rios que eu derramei em cima da minha roupa de cama por me torturar me dizendo que eu nunca fui boa o suficiente.
essa vai pra mim
e pra absolutamente tudo que eu sou,
pra tudo o que eu faço.
pra tudo o que sei,
pra todas as vezes que eu me mantive de pé e discursei sobre todos os aprendizados que eu obtive enquanto escutava,
porque eu sabia que eu não conhecia muito,
eu ainda sei que eu conheço muitíssimo pouco.
essa é pra mim.
pra todas as minhas 400 personalidades.
essa poesia é a introdução e a conclusão.
eu mesma sou meu começo e meu fim.
essa é pra todas as poesias sobre mim que eu não terminei, porque eu nunca soube como me descrever.Mas
eu ainda não sei.
Izabela Sales
Uauuuuu!!! Maravilhoso!!!
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