A lua amostra.
No alto escuro céu.
Em cima do telhado,
o assobio sem véu.
Adentro da escuridão,
mais assobio, e os passos pesados,
um bater de asas intenso,
que os galhos voam dispersados.
E os assobios atormentam,
insistindo em quebrar o silêncio.
Assobios que parecem trazer trevas.
Mas não pago de jumêncio.
O luar sombrio.
Se agita no telhado.
Com o terço na mão, mais assobio,
exausto me ponho a gritar
Volta amanhã Matinta.
Terá teu tabaco.
Volta amanhã Matinta.
Terá tua cachaça.
O assobio cessa,
Com um bater de asas,
o bicho some na floresta.
O medonho pássaro some de pressa.
Pássaro agigantado,
de penas negras,
garras longas, bico curvado,
pele enrugada e a cara de bruxa
Ao amanhecer.
Matinta Pereira aqui tua cachaça.
Cumpro o combinado.
Meu lar quero livre de desgraça.
Matinta Pereira aqui teu tabaco.
Vai-te embora velha senhora.
Deixa este homem já perturbado.
Matinta cumpro o combinado.
E a velha encurvada,
segue caminhando pela mata,
gritando a quem queira responder
Quem quer?Quem quer? Quem quer?
Ai de quem responder, que quer.
A moça tomará a sua sina.
E outra Matinta nasce ao anoitecer.
E os assobios assim continuarão
Quem quer? Quem quer? Quem quer?
Manzi, J.G
.
Conheça mais sobre esta lenda:
Nenhum comentário:
Postar um comentário