sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A poesia

Vem chegando, sutilmente
Sem nome, sem forma e nem aviso
Uma onda que bate, espontaneamente 
Leva ou traz de mim, um sorriso 

Chega com o vento, ou um olhar cravado 
Causa silencio ou barulho 
Toma-me pela vida cativado
Em um abismo de mim mergulho 

De onde a poesia vem? 
De lugar nenhum e de lugares todos?
Um toque, cheiro ou beijo de outrem 
Faz minhas palavras voarem para os tolos

Desnuda-me e encobre minha face
Faz-me rir ou afundar em prantos 
Deixa-me alegre ou meu coração que desgrace
Das canções de mães vem como acalantos 

Um breve instante que se eterniza 
O cair da chuva, a brisa leve ou o aquecer do sol 
A tristeza, a dor ou a raiva que aterroriza 
Vem a poesia da vida, o seu crisol 

Assim me abraçou a poesia 
Em um instante tão raro de liberdade
Vem como uma leve corrente fria 
Enorme foi da vida minha perplexidade 

João G. Manzi 
(04/02/22)

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