sábado, 20 de maio de 2023

Senhor do Tempo

 Ó Tempo, inexorável e cruel,

Tu que tudo transformas e desfazes,

Em teu caminho, o que é belo e fiel,

Ao pó e ao esquecimento arrazes.


Não há montanha que não te sucumba,

Nem flor que não perca a sua graça,

Tu que és senhor de toda a rumba,

Não poupas nada, nem a mais branda taça.


Mas, mesmo assim, és mestre em ensinar,

Que a vida é tenra e passageira,

E que é preciso  desfrutar,

Cada instante, cada quimera.


Por isso, ó Tempo, mesmo que sejas vil,

Não te odeio, pois me fazes ver o valor sutil.


João Gabriel Manzi 


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