Olho e vejo a cadeira
Posso tocar, mas ainda sentirei só cadeira
A cadeira aparenta ser tão absoluta
Se penso a cadeira logo a cadeira existe?
Vejo a cadeira, apreendo a cadeira
Pois vejo a hora de desvenda-la
Investiga-la e me apoderar de seus mínimos detalhes
A cadeira já não é só uma cadeira
A cadeira é signo de status social
É simbolo de projetos de sociade
Há cadeiras de estudos, descanso, de dor, de poder e morte
Para além disso, quantas mãos há na cadeira?
Quanto suor se impregna nos seus adornos
Para onde foram os pulmões intoxicados?
Não os encontro na cadeira
E o trabalho de homens, mulheres e crianças
Onde está na cadeira?
A madeira, o aço, a tinta
a borraça, o tecido, o prego
a sonda, a espuma, o vidro
Onde eu chegaria ao saturar cada um destes?
A madeira e a política
O aço e a economia
A tinta e a cultura
A borracha e a história
O tecido e o espírito
O prego e a lei
Quanta história há na cadeira
Uma simples cadeira
Que não é só uma cadeira
Mas se contrair a cadeira com ímpeto
Ela agora é muito mais que um mero móvel
Ela agora é muito mais que um mero móvel
A cadeira é a fileira de homens e mulheres
Seus espíritos, seu tempo, sua força e sua dor
A cadeira é trabalho humano, ideias e existências
Pois a cadeira nunca foi só uma cadeira.
Se há tanto sujeito e história empregado na cadeira
Para onde iríamos se enxergássemos para além das coisas
Se superássemos esta realidade aparente
Caminharíamos para transforma-la
Se há tanto sujeito e história empregado na cadeira
Para onde iríamos se enxergássemos para além das coisas
Se superássemos esta realidade aparente
Caminharíamos para transforma-la
Manzi, J.G.
Enxergar, não basta.
ResponderExcluirSentir, não basta.
Superar, transformar?
Super "Ação"
Transform "Ação"
Ação.
.
Muito bom!!!
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