quarta-feira, 11 de abril de 2018

A luz amarelada

A luz, que mal iluminava o canto, revelava o sorriso e o olhar que eu precisava para fortalecer-me. Essa mesma luz, amarelada, indicava o caminho que eu deveria seguir se quisesse experimentar a felicidade.
Tomei da jarra um pouco da água com gosto de terra, mas ainda fresca, apaguei a luz e dormi, com a certeza que no amanhã a esperança se renovaria e, como um milagre, afastaria de mim essa dor e me permitiria viver.
Ao despertar, notei que tudo ainda estava lá, a luz amarelada, a foto, a jarra, a cura e até você, as únicas coisas que passaram foram as horas, que pena, a dor ainda estava lá.
Saí, como que em busca de algo que não pudesse encontrar, saí em busca de mim, do que me faz bem, do que me dá prazer e como o previsto, não encontrei.
Maldita luz, ofusca o meu caminho e dificulta o meu caminhar. Antes não tivesse confiado em ti.
Tomei um trago da mais amarga cachaça para penitenciar este frágil corpo que teima em doer, que pesa e apodrece dia-a-dia, anunciando o seu próprio fim. Tomei outro trago, este para o santo, que me acompanha, mas não me guarda, permitindo que os passos decidam por si só que caminho seguir, ignorando a minha própria companhia.
Agora sim, embriagado e com cheiro de nada, sem nada sentir, me deito. No canto a luz amarela que ilumina o sorriso, me indica o caminho, mas não me deixa dormir.

Dy´Paula

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