Por mais que eu tente,
Nada de minha boca sai.
O silêncio me tortura,
O silêncio me contrai.
Não ouço a minha voz
E ignoro a sua.
Vivo em uma jaula,
Já não tenho quem me possua.
Talvez eu queira gritar,
Mas se eu grito ninguém me escuta.
Talvez eu queira morrer,
Mas se morro ninguém me sepulta.
Podia a vida ser mais fácil.
Podia o difícil ser mais simples.
Podia os seres ser compreensíveis,
Podiam os astros mais sublimes.
O que fala esse bêbado calado?
O que será que ele quer dizer?
Será a vida um sofrimento eterno?
Ou será a vida o momento para viver?
Deixe-me, quero partir.
Não sei qual será meu destino,
Com o vento quero seguir.
Tentarei voltar a ser menino.
Quero a faca, vou me cortar.
Beber meu sangue até me reencher.
Quero a arma, vou suicidar,
Quem sabe assim possa reviver.
A carne é fraca,
Assim como a mente.
A alma uma incógnita,
Assim como a gente.
Mais um passo, mais um dia.
Mais uma noite, mais uma em vão.
Mais um erro, mais um acerto,
Mais um sim, mais um não.
E assim sigo,
Como seguem os aventureiros.
E assim eu fui,
Imagem CC0 1.0 Universal. Dedicado ao Domínio Público.
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