quarta-feira, 27 de junho de 2018

Te amo

Te amo como o céu ama à estrela
Assim como o navegante ama o mar
Como o sol a lua, não cansa de buscar
Te amo como o garoto que não ganha trela

Te amo como o inicio ama o fim
Do jeito que o mar à praia alcança
Como a dureza ama o marfim 
E a morte pelo sono descansa 

Te amo como o choro ama à dor
Como o vento beija a montanha 
Como o frio regressa ao calor
E como o calafrio penetra a entranha

Te amo como a chegada ama a partida
Como o doce ama o amargo
Como Jasão morto por Argo
De maneira afável e pervertida

Te amo assim em meio a loucura
A loucura que é te amar
Ao ponto de versos declamar
Fitando mais uma noite escura

Manzi, J.G.





     Imagem CC0 1.0 Universal. Dedicado ao Domínio Público. 


Um comentário:

  1. Toda Saudade

    Saudade
    De cantar desafinado aquela mesma música de toda vez.
    Saudade
    Do gosto doce, lambuzado,
    como todas e tantas vezes a gente fez.
    Saudade
    Do vidro embaçado, amor desesperado, perigo declarado, da nossa insensatez.
    Saudade
    Menino acanhado, do teu jeito assanhado
    De brincar todo o tempo, com sua timidez.
    Saudade
    Das nossas histórias, dos planos, memórias.
    Das pernas em laço, da nudez sem embaraço
    Do sono tranquilo, respirando em compasso.
    Saudade
    De fechar os olhos, grudar nossas bocas, esquecer a hora, viajar no tempo, viver feliz, o agora.
    Saudade
    De mal fechar a porta, deixar no chão a roupa toda, e num só momento, toda a saudade morta.
    Saudade...

    ResponderExcluir

Encontre no Sarau Aberto