Te amo como o céu ama à estrela
Assim como o navegante ama o mar
Como o sol a lua, não cansa de buscar
Te amo como o garoto que não ganha trela
Te amo como o inicio ama o fim
Do jeito que o mar à praia alcança
Como a dureza ama o marfim
E a morte pelo sono descansa
Te amo como o choro ama à dor
Como o vento beija a montanha
Como o frio regressa ao calor
E como o calafrio penetra a entranha
Te amo como a chegada ama a partida
Como o doce ama o amargo
Como Jasão morto por Argo
De maneira afável e pervertida
Te amo assim em meio a loucura
A loucura que é te amar
Ao ponto de versos declamar
Fitando mais uma noite escura
Manzi, J.G.
Imagem CC0 1.0 Universal. Dedicado ao Domínio Público.
Toda Saudade
ResponderExcluirSaudade
De cantar desafinado aquela mesma música de toda vez.
Saudade
Do gosto doce, lambuzado,
como todas e tantas vezes a gente fez.
Saudade
Do vidro embaçado, amor desesperado, perigo declarado, da nossa insensatez.
Saudade
Menino acanhado, do teu jeito assanhado
De brincar todo o tempo, com sua timidez.
Saudade
Das nossas histórias, dos planos, memórias.
Das pernas em laço, da nudez sem embaraço
Do sono tranquilo, respirando em compasso.
Saudade
De fechar os olhos, grudar nossas bocas, esquecer a hora, viajar no tempo, viver feliz, o agora.
Saudade
De mal fechar a porta, deixar no chão a roupa toda, e num só momento, toda a saudade morta.
Saudade...