quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Sete Estações


Já se vão sete primaveras,
Repletas de pássaros e flores multicolores.

Já vivemos sete verões, 
Divertidos por seus dons e primores.

Já nasceram sete outonos,
Vividos em paz e amores.

Já hibernamos sete invernos,
Aquecidos por seus abraços e sabores.

Dy’Paula
7 anos da Lorena (21/12/2019)

Palavreando


Palavras torpes,
Que se vão com o ar,
Se distorcem,
Se corrompem,
Brincam sem nada expressar.

Palavras vãs,
Que se perdem por aí,
Se silenciam,
Se esvaziam,
Fragmentam o próprio existir.

Palavras bela,
Que buscam consolar,
Se enaltecem,
Se repetem,
Em resumo, não mais que falar.

Dy’ Paula

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Sanidade perdida

Perdidos em sonhos meus,
Como um tolo em sonhos acreditei.
Colhendo estrelas, me enganei.
Confiando nos olhos teus.

Acreditei que foste minha,
como acreditei nas estrelas que colhia.
a sanidade lentamente perdia,
pois só em sonhos a tinha. 

Despertei coberto por solidão. 
Mergulhei sem pestanejar em uma infinita escuridão,
mas a abracei e por seus abismos caminhei. 

Vestido por uma intensa melancolia. 
Abandonei minha sabedoria 
e eternamente com minha sanidade sonhei. 

Manzi, J.G.

Peito

Peito, o que quer de mim?
Só me tem esse sentimento?
A eterna dor de sofrimento?
Por que me maltrata assim? 

Peito, o que pra mim diria?
Faz-me com que o sentir cesse.
Se clemência por mim tivesse.
Se falasse, a dor me pouparia.

Como seria melhor se gritasse.
Como seria um alívio se me rasgasse.
Peito, até quando essa dolorosa mensagem.

Finda esse meu coração.
Deixe-me para eterna escuridão. 
Não deixa essa dor como eterna passagem.

Manzi, J.G.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Silêncio

Há silêncio em tudo o que eu vejo,
Nas vozes de cada um.
Há silêncio em todos os cantos,
Até em lugar nenhum.

Ensurdeço-me sem a gritaria,
Não ouço o que quer me dizer,
Os dizeres não me dizem nada,
Pois nada mais têm a dizer.

Há silêncio em tudo o que eu vejo,
O mais perverso está em você.
Há silêncio em todos os cantos,
Pergunto, mas não sei o porquê.

E calado, não falo nada.
Nada mais tenho a dizer.
Apenas contemplo o silêncio,
Silencio-me para não mais sofrer.

Há silêncio em tudo o que eu vejo,
Estou prestes a enlouquecer.
Há silêncio em todos os cantos,
Temo que não saiba viver.

O silêncio me silencia.
Silenciado não consigo lutar.
A luta está sem sentido,
Melhor eu me silenciar.

Dy’Paula

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Menino

Por onde aquele menino se perdera 
Onde se encontra na vastidão da saudade
Aquele menininho, quando foi que desaparecera 
Na estrada do tempo e da idade?

Aquele menino recheado de inocência 
Onde apenas no olhar habitava a pureza
No coração, a ingenuidade fazia residência 
Para onde foi todo este mar de doçura e leveza?

Este menino se perdeu em tantas estradas
A demanda de lhe reencontrar já é anunciada
Pois as jornadas serão deflagradas
Sem importar os riscos nesta caminhada 

Pois, há liberdade em sua essência
Para que o homem adulto, desfrute da clareza
A pureza na sua alma, há carência 
São os olhos do menino que dão vida à beleza

Reencontre aquele menino de outrora 
E de mãos dadas a ele caminhe pela sua trajetória
Reencontrando a si mesmo e a sua aurora
Continuando sua jornada, escrevendo sua história. 

Manzi, J.G. 

P.T. Saudações


Companheiros e Companheiras,
Escrevo-lhes este comunicado,
Para dizer, que nunca antes na história deste país
Pensou-se que o nosso povo fosse tão limitado.

Estou convencido de que neste país,
Não há leis capazes de deter os inescrupulosos,
Os contraventores, os cartéis e os corruptores.
Estou convencido de que já não há mais solução.

Vamos arregaçar as mangas companheiros,
Para que esse povo famigerado, que mais do que cego, não querem ver,
Não venham com esse papo de democracia
E ousem tirar o império vermelho do poder.

A dita dura, feminina,
Que como os seus pares diz nada saber,
Faz saber na marra, quanto custa para um povo
A falta de um saber.

Hasta siempre compañeros...
P.T. Saudações!

Dy´Paula

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A (des) construção

Pelas mãos dos mestres, um muro erguido.
Em uma tarde ou manhã no tempo corrido.
Brota do chão um muro no que antes era nada,
Nova construção nascida de tijolo, cimento e argamassa .

Um pouco mais adiante, 
Hoje entulho, o que era casa antes. 
Vazio agora há, no que não mais é morada,
Caiu e ergueu, uma nova obra revigorada.

Despenca um alicerce, 
Outra obra assim terce,
Esmorona uma metade 
De marteladas e cerradas outra nasce.

Reaprendendo, o que outrora fora entendido.
Desejaria eu, derrubar em um só dia algo já construído, 
Valores brutos, arcaicos e mesquinhos 
E então, um novo dia, um novo de mim, em outros caminhos.

Desconstruir-me, necessário trabalho insano,
Para homem deixar de ser, para assim ser humano.
Alicerces em mim, enrijecidos, 
Nefastos anos de ensinamentos emburrecidos. 

Pois hoje, conheço outros ideais, 
Indivisíveis, inalienáveis e universais. 
Sementes de uma nova aurora 
Necessito então, desconstruir valores de outrora.

Sofro nessa árdua empreitada, 
Pela tardia ideia em mim suscitada,
Por ter me deixado ser enganado, 
Mas antes me desconstruindo, que na ignorância fadado

Manzi, J. G.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

SEIS PASSOS PARA A CIDADE HUMANA

Excelente obra elaborada pelo Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais - IPCCIC. Em síntese, os seis passos estão sistematicamente organizados de maneira que um serve de estrutura para o outro. A trilha propõe, de início, que o ser humano seja colocado em primeiro lugar. Na sequência, estabelece que o cidadão usuário da cidade deva ser formado cocriador; e assim segue: que haja o sentido de comunidade; que o ser humano seja religado ao meio ambiente; que a Economia seja cocriadora, pautada na colaboração, no circuito curto, no modelo circular e criativa e que se possa, sempre, educar em suas múltiplas formas. Como base o grupo defende o amor como atitude pedagógica. Os integrantes do Instituto Paulista de Cidades Criativas e identidades Culturais (IPCCIC), não aceitam o conceito de mais humana, isso significaria conceber a possibilidade da existência de uma cidade que fosse menos humana. Para o grupo, que trabalha junto desde 2013, o trajeto de pesquisa e estudo os levou de um lugar ao outro. No início, a proposta era a de transformar as localidades em Cidades Criativas. Com o tempo e o resultado das escutas feitas em 22 cidades do interior do Estado de São Paulo, os pesquisadores entenderam que a versão criativa de um lugar deve ser uma das características da Cidade Humana.

Adquira pelo link: Estação Letras
Manzi, J.G.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Sem começo nem fim

E o fim começou no fim
Do meio que terminou no fim
Do início que começou no fim
Do fim que começou no fim
Do meio que terminou no fim
Do início que começou no fim
Do meio que terminou no fim
Do início que começou no fim

Dy’Paula

domingo, 6 de janeiro de 2019

O sonho de ser salvo

De tantos abismos que saltei
Ora por vontade ora arremessado
A cada queda mais forte regressei
Segui escalando rumo ao que foi almejado 

Percebo que de todos meus sonhos
Meu maior foi não deixar de sonhar
Calejado, jamais culpei aos outros 
A desgraça que fui cortejar 

O inferno é meu e eu sou meu diabo 
E eu, Deus de mim, libertarei este coitado 
Se almejo um dia ser absolvido 
Apenas se digerir meu pecado devido

Quem me erguerá do lodo infernal ?
Se só em mim germina a esperança ideal
O sonho nasce da minha força 
É dela que o caminho livre se forma

Manzi, J. G. 


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