terça-feira, 17 de novembro de 2020

Turbilhão (Parte III)

Minha solidão já é uma companheira antiga. Posso estar rodeado de gente, mas me sinto tão sozinho. 

O vazio que carrego no peito é tão profundo que às vezes sinto que nunca será preenchido por nada além do beijo da morte. 

A solidão é uma sanguessuga que consome minha vitalidade a cada dia, pois quando sempre se senti só, nada é demasiado importante. Pois todos me abandonaram e se já não o fizeram um dia farão. Estou fadado ao abandono e ao vazio. 

Por que alguém iria me suportar se nem eu mesmo consigo tal façanha? minha felicidade é uma esperança ingrata que me tortura. 

O vazio que a solidão traz só piora este meu estado. Me sinto preso em uma morada na qual não consigo encontrar a saída. 

Mas já não tenho medo da solidão, pois neste deserto o que me resta além de aguardar a morte?

Manzi, J.G
2017

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