Ainda preservo minha inocência
Esse meu lado leve e inocente
Que teima em pedir clemência
E abandona meu jeito indecente
Escondo-me atrás da doçura
De um sorriso leve
Por meio da ternura
Passo assim, breve
Quase sem ser notado
Calmo e sorrateiro
Disforme e delicado
Sempre sendo certeiro
Ainda preservo minha inocência
E trago comigo o choro
A dor com sua indecência
Que quase me arranca o couro
Essa que o sorriso me arranca
No peito deixa sua ferroada
Meu sangue nunca a estanca
Assim segue sem ser atenuada
Ainda preservo o desejo
O sonho que ainda teima
Aguardo o feliz desfecho
Igualmente meu tempo queima
Tempo! Já não o aprecio
Mesmo assim a cobiço
Assim fico por um fio
E meu choro desperdiço
Manzi, J.G.
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