Postagem no site da Revista Conexão Literatura:
http://www.
E-book em destaque no site Divulga Livros:
http://www.divulgalivros.org
Postagem no Facebook
https://bityli.com/d4WwM
Link para download do e-book:
http://www.fabricadeebooks.
Um sarau é uma atividade cultural realizada para as pessoas se expressarem ou se manifestarem artisticamente. A proposta do blog surgiu pela necessidade de alguns artistas encontrarem espaços para expressarem sua arte, principalmente, a poesia, porém a proposta deste blog não é se restringir a esta manifestação artística, mas promover e divulgar a diversidade da arte.
A Revista Cultural Ligeiro Guarani surge com o intuito de divulgar e incentivar a produção artístico-literária, visual e independente no Brasil. Suas publicações acontecem de forma trimestral, recebendo obras de qualquer pessoa que se proponha a enviar suas próprias produções. A temática da revista é livre, podendo em alguns volumes especiais focar em determinados temas. Criada e administrada por estudantes univesitários da região nordeste e vinculada a Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) - Piauí, esta é uma revista artística-cultural de livre acesso.
Ressaltasse que, esta revista publica seus volumes e aceita contribuições de forma gratuita e não possui nenhum fim lucrativo.
Para mais informações: revistaligeiroguarani@gmail.com
Nesta edição a revista homenageia Clarice Lispector que nasceu em 10 de dezembro de 1920 e nos deixou, fisicamente, em 9 de dezembro de 1977. Considerada por muitos como um dos grandes nomes da literatura brasileira, a ucraniana naturalizada no Brasil foi autora de romances, contos e ensaios e tem sua obra marcada por cenas cotidianas que, apesar de parecem inicialmente simplórias, se respaldam de tramas psicológicas intensas e mais do que íntimas.
Levando em conta o seu legado, a Revisa Cultural Ligeiro Guarani não poderia deixar de prestar sua homenagem à escritora em seu centenário. Para isso, recorremos às produções de autores(as) que fazem, em maior ou menor grau, ligações entre as suas criações e as de Lispector. Frisamos, no entanto, que a cronologia que demarca a nossa homenagem, apesar de situada em uma data tão específica, se desprende do tempo presente para olhar intensamente para toda a herança que a autora nos deixou. Herança essa que, apesar de nossa singela tentativa, não cabe em uma edição apenas, tampouco se mede pela quantidade de produções desta publicação. Clarice Lispector, ou apenas "Clarice", como é intimamente chamada por muitos de seus leitores e leitoras, é ascendência, é herdade, patrimônio, é história, e por isso ainda vive. Sua ligação com esse mundo não se calcula, pois sua influência, assim como seu talento, são imensuráveis.
Acesse a edição: Revista Ligeiro Guarani
O Sarau Aberto também contribuiu com a poesia "O Mar" para a revista. Texto de autoria de João Gabriel F. Manzi
Esta obra é uma compilação de poemas que exaltam as nossas mudanças diárias.
Estou participando dessa antologia. Caso alguém tenha interesse em adquirir a obra segue o link. Livro Físico
Está disponível gratuitamente em e book. E book
A noite vem se debruçando na escuridão e eu o aguardo ansiosamente. Aguardo o sono me alcançar como a seca espera a chuva.
Me sinto cansado e minha mente tem um turbilhão de pensamentos gritando estridentemente ao ponto de me ensurdecer no silencio.
Sono chega a ser um privilégio tão longínquo que as vezes penso ser impossível alcançar tal feito. Minha dor precisa tanto deste feito. Estou cansado.
Ao cair das estrelas me vejo apegado a uma amarga esperança de que o sono me abrace e assim meu corpo repouse na escuridão.
Se for um sono eterno, que seja. Não tenho nenhuma vontade de despertar de um descanso inacabável.
Só penso em descansar e repousar. Uma boa noite de sono seria uma graça tão desejada que tende a aparecer um milagre.
Aguardo o anjo do sono me agraciar com a dádiva. Enquanto isso me cubro na minha dor que esmaga meu peito e pesa minha cabeça.
Deus, como estou cansado!
Minha solidão já é uma companheira antiga. Posso estar rodeado de gente, mas me sinto tão sozinho.
O vazio que carrego no peito é tão profundo que às vezes sinto que nunca será preenchido por nada além do beijo da morte.
A solidão é uma sanguessuga que consome minha vitalidade a cada dia, pois quando sempre se senti só, nada é demasiado importante. Pois todos me abandonaram e se já não o fizeram um dia farão. Estou fadado ao abandono e ao vazio.
Por que alguém iria me suportar se nem eu mesmo consigo tal façanha? minha felicidade é uma esperança ingrata que me tortura.
O vazio que a solidão traz só piora este meu estado. Me sinto preso em uma morada na qual não consigo encontrar a saída.
Mas já não tenho medo da solidão, pois neste deserto o que me resta além de aguardar a morte?
Depois de chibatadas, nas noites
açoitado no tronco,
então mais chibatadas
madrugada adentro de açoites.
Senhorzinho cruel
A ganancia o consumiu a alma
Mais tortura e castigo,
Logo eu, que tanto fui fiel
Cadê meu ouro! ele dizia
Mais castigo e a chibata estrala
Sofrimento e sangue do meu couro
Pés descalços, solidão, por tantas estradas
Cansado de buscar pelo ouro
Depois de tanta rezas e trevas
Pedi a minha Mae D’ouro
Medo de que me arranque mais couro
Mãe D’ouro! Indica-me o caminho.
Traga-me à luz o ouro,
Que está adentrado à terra
Mãe D’ouro! Aponta-me o caminho.
Então, ela com seu dourado pujante
Coberta de formosura e beleza
Com sua pele de fogo ardente
Cabelos negros e olhos flamejantes
Ajoelhei-me diante de sua presença majestosa
Com a voz doce e um olhar de fúria
Cada cicatriz em meu corpo ela mirava
Com as mãos de fogo a minha pele toca, tão amorosa
Como uma mãe que livra esse mau agouro
a escuridão do meu pesar se afasta
e enfim uma esperança à minha sina
Mãe D´ouro, onde está o ouro?
Como um raio que corta os céus
Ela desaparece e ressurge a várias distancias
Corro atrás com um desespero que me engole
então vejo a terra retirar seus véus
Ali! onde a mãe apontara repousa o ouro latejante
Enfim minha demanda acabara
e os castigos me serão poupados em recompensa
Ali! repousa a ambição repulsante
Minha senhora me fez prometer
Leva o ouro que quiser,
Mas nunca revele seu local de repouso
Livra-te da cruel e perversividade daquele ambicioso!
Assim será feito para minha senhora
Carregarei o ouro para saciar meu patrão
Poupar minha vida e minha lamentação
Graças a Mãe D´ouro, poupara minha vida por hora.
Manzi, J.G.
Art by João Gabriel Manzi©
Para saber mais: https://www.todamateria.com.br/mae-de-ouro/
Romãozinho, menino travesso!
Criatura mais tinhosa que o “cão”!
Não fazia nada de bem,
Somente judiação.
Filho de agricultores,
Nascido para as bandas de Goiás,
Não respeitava nem pai nem mãe,
E ainda maltratava as plantas e os animais.
Um dia a mãe, sem saber,
Selou seu próprio destino.
Preparou o almoço do marido
E confiou a entrega ao menino.
Romãozinho nesse dia
Fez sua pior travessura,
Abriu a marmita do pai
E comeu toda a mistura.
Para agravar a situação
Mentiu ao pai que a mãe o traía,
E que era esse tal amante
Que toda a mistura comia.
O pai ficou furioso
E sua mulher, com um machado, golpeou.
Mas antes de morrer, sussurrando,
Ao filho ela praguejou:
Não vai para o céu nem para o inferno,
Não vai crescer, nem morrer,
Para saciar sua fome só língua de vaca irá comer,
Vagará por estas terras enquanto a humanidade existir.
Deste dia em diante
O menino virou assombração,
Vive pelas estradas
Fazendo judiação.
Pai e mãe merecem respeito,
É bom aprender essa lição.
Não minta, não maltrate,
Tenha sempre um bom coração.
Dy’Paula
![]() |